Eu nunca gostei de incertezas,
mas você sempre foi o meu maior talvez
misturado de agora-vai-dar-certo, ou de mentiras que eu contava para mim mesma,
dizendo que eu estava com os pés no chão.
Sempre fui um talvez carregado de esperança,
com a certeza que a semana que vem chegaria,
talvez você tenha tempo para um café,
para um filme
talvez eu consiga convencer a mim e aos outros,
talvez dessa vez eu não terminasse carregando os pedaços, colhendo-os do chão.
Quem sabe Quinta-Feira que vem vai ser diferente,
talvez com a luz da noite você me ache melhor, ou talvez depois de três copos de bebida
a gente tenha chance de existir de novo.
Ou no próximo mês, quando as coisas melhorarem
quando os seus machucados sararem,
quando você resolver voltar, quando a sua vida estiver resolvida.
Mas a verdade é que as suas coisas já estão resolvidas faz tempo.
O café nunca esteve nos planos, muito menos o filme,
as Quintas eram só uma distração falha,
não importa a luz, ou a bebida,
ou a cor do batom.
O talvez sempre foi muito frágil,
negável e quebradiço,
nunca se sabe até quando ele vai existir.
Ele não tem força.
Não há como o talvez tentar resistir.
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Camila Faria Jun 25, 2019
Que lindo Ana! E triste. Me lembrou um relacionamento passado (que não terminou bem, claro). Beijo, beijo :*