Continuando o roteiro de Nova Iorque, hoje vou falar um pouco sobre dois bairros grandes que eu conheci: Chinatown e Soho. Na minha primeira viagem para NYC – que rolou no inverno, em Fevereiro de 2017 -, eu fiz o roteiro baseado nos pontos turísticos. Dessa vez, todos os dias foram planejados por bairros. Ou seja, eu saía do hotel de manhã, pegava o metrô e partia para o bairro que estava na lista naquele dia.
O Chinatown fica localizado em Manhattan, no Lower East Side, e é um bairro que nasceu no século 19. Habitado desde o início por imigrantes, os orientais que chegavam em Nova York escolhiam esta área – de inicio também escolhida pelos italianos, a conhecida Little Italy -, para viver. O local é bem famoso e já apareceu em diversas séries e filmes. Sendo a mais recente delas “Punho de Ferro” da Netflix. Durante os anos 70 e 80 o Chinatown cresceu ainda mais, ocupando diversas ruas. Hoje, até mesmo a Little Italy é tomada pelo comércio.
Esse é um dos bairros mais lotados, é super turístico e a muvuca nele é enorme. Ou seja, se você não curte muita agitação, te indico visitar outros bairros mais tranquilos, como o Chelsea e o Soho (que eu fui depois). As calçadas são bem pequenas, então todo mundo anda no meio da rua mesmo. Sendo sincera, em vários posts de viagens que eu vi sobre o Chinatown, o pessoal deixava de lado a “realidade” do bairro: ele é mais focado no comércio e é praticamente a 25 de Março dos EUA. Como o meu foco não era comprar, eu passei rápido por lá: tomei um sorvete na Little Italy e conheci as ruas principais, apinhadas de gente.
Nos comércios tem muita comida, vegetais, algumas iguarias e também peixe (aliás, algumas ruas são tomadas pelo cheiro de peixe, rs!).
Mas por trás de um pouco de confusão e bastante sujeira nas ruas (confesso) o Chinatown também tem espaço para arte, prédios antigos e bem bonitos, parecidos com aqueles que nós já vimos várias vezes em filmes. Logo ao lado está a Little Italy, com vários restaurantes italianos e lugares para comer gelato. Os dois lugares se confundem pois são um ao lado do outro.
Depois de passar um tempo no bairro eu voltei para o metrô e parti para o próximo: Soho, que eu sempre quis visitar. Queridinho pelas celebridades e cheia de lojas de moda, restaurantes, cafés e algumas casas de show, ele é charmosíssimo e corresponde às expectativas e aos elogios. Minha dica é andar a pé por lá, tranquilamente – principalmente no final de tarde, em que as ruas tinham poucas pessoas -, e admirar as ruas.
Após sair da estação de metrô, estamos no Tribeca. O Soho fica a alguns minutos dali; o The Roxy Hotel estava na nossa cara. Ele é bem sofisticado, e eu só admirei a entrada. O preço para se hospedar lá é super salgado (até porquê, a localização é super privilegiada).
Apreciar as ruas desse bairro maravilhoso é uma das coisas mais legais que se pode fazer lá. Se você quer dar uma olhada nas lojas, existe uma lista extensa (muitas grifes estão localizadas no Soho, e até mesmo algumas marcas mais diferentes, como a Acne Studios). O meu objetivo era passear mesmo, então eu mal entrei em lojas – principalmente porque nesses bairros elas são carésimas -.
Os prédios são praticamente uma obra de arte, assim como os cafés que ficam nas ruas, e reúnem bastante gente no verão. O sol só dava tchau às 20h30 da noite, ou seja, o dia rendia muito. O Soho é o local em que você vai encontrar muita gente estilosa, bem arrumada e que parece que acabou de sair daquele blog de moda.
Andando uns 25 minutos a pé, eu enxerguei o Empire State de longe e me lembrei do World Trade Center, memorial do 11 de Setembro que eu visitei no inverno de 2017. Naquele dia eu me lembro que fazia um frio enorme, e o clima do lugar era diferente dos outros da cidade (mais triste mesmo). Na época, muitas obras estavam sendo feitas: um shopping enorme foi inaugurado e uma estação de metrô própria do local estava em construção.
Um ano e alguns meses depois, eu visitei o mesmo lugar e me deparei com um cenário bem diferente: podia ser o clima de verão e de sol, mas ele estava cheio de gente, com música tocando ao fundo e artes e grafites maravilhosos nos muros próximos do memorial. Tudo é pensado de maneira a respeitar o memorial e fazer uma homenagem bonita em respeito às vítimas e suas respectivas famílias. Diversos quiosques ficam espalhados pelo local, em que o dinheiro arrecado das vendas vai para estas famílias.
Eu sou eternamente apaixonada por arte de rua, então imaginem a minha emoção, né?
Esta arte foi, de longe, a minha favorita de todas.
O Soho é um bairro que te inspira e foi, sem dúvidas, provavelmente o meu favorito da viagem. Se eu pudesse escolher um lugar dos sonhos para morar, seria lá (e olha que a disputa fica acirrada com o Chelsea e o Dumbo, que fica no Brooklyn. Mas isso nós veremos em outro post!).